É neste final de semana que acontece [em São Paulo] a 3a. edição do Festival Path. Para quem não está familiarizado, o festival se propõe a ser uma mistura de palestras, shows, filmes, feira gastronômica e festa. Tudo acontecendo ao mesmo tempo e concentrado no bairro de Pinheiros.
Muito próximo da proposta do SXSW [South by Southwest] Conference and Festival que surgiu em 1987 em Austin, no Texas e hoje é considerado a 12a. companhia mais inovadora do mundo pela revista Fast Company [Google em primeiro], e se consagrou o maior encontro de gente criativa do planeta.
Dois lugares distintos que congregam um mesmo interesse: discutir e trazer ideias diferentes e criativas com vistas a fomentar a troca de experiências como o ponto chave para a inovação.
Neste cenário três conceitos chamam a atenção, pela potência de significados agregados: economia criativa, consumo consciente e empreendedorismo social.
De um lado temos todos os elementos que fazem parte de um sistema capitalista e de mercado: economia, o consumo e o empreendedorismo. E de outro, os elementos que embalam o sujeito: o criativo, o consciente e o social. Mundos diferentes mas que se propõe a estarem juntos indicando um novo fazer/pensar o futuro.
Claro está que o século XXI e a perspectiva de uma economia criativa é a mola propulsora para este novo olhar, auxiliado pelas novas tecnologias e a possibilidade e conexão entre diferentes lugares e pessoas. E isto é muito positivo na medida em que traz novas realidades possíveis: imaginadas, idealizadas e colocadas em prática. Hoje temos menos medo do desconhecido. Aliás, isso é quase um imperativo.
E justamente por se impor como imperativo, também vale refletir sobre a prática. A classe criativa* pressupõe acesso, educação e política. Nunca antes houveram tantas iniciativas voltadas à criatividade e inovação e ao mesmo tempo, tantos sujeitos considerados analfabetos funcionais.
Sim, a reforma na educação é urgente, como também é urgente a reforma no modo de avaliação, mas o ponto aqui é pensar no acesso a esses movimentos como um tema complexo.
Complexo porque ‘estar junto não é sinônimo de inclusão’. Tal ideia também nos leva a pensar no sentido que têm sido dado a palavra inclusão como algo universal. Esse novo indivíduo que, mesmo estando incluído socialmente, deve ser um empreendedor de seu próprio desenvolvimento, de sua própria educação e, por isso mesmo, se encontra em níveis diferentes de participação. Pensar essa diferença inclui os conformados, os quietos e os não conectados.
REFERÊNCIAS:
Festival Path: www.festivalpath.com.br.
SXSW: http://sxsw.com/
* referência ao livro: ‘A ascensão da classe criativa’ do autor Richard Florida.